27/08/2021 às 11h11min - Atualizada em 27/08/2021 às 11h11min

PG intensificará fiscalização para evitar onda de contágio pela variante Delta

Surto da nova cepa, que não está descartado, pode ser amenizado com vacinação e medidas de segurança, diz especialista

Da redação
Foto: Divulgação
Dos 59 casos e 20 óbitos por COVID-19 já confirmados no Paraná em razão da variante Delta, nenhum ocorreu em Ponta Grossa e, até agora, o município não registrou infectados. No entanto, a Prefeitura teme um aumento de contaminados em função da nova cepa e reforçará, a partir deste final de semana, as medidas de segurança, na tentativa de evitar a chegada de uma terceira onda da doença. 

"Estamos reforçando a questão da fiscalização, vamos reativá-la, coibir os excessos para que possamos seguir mantendo os decretos mais flexibilizados. Como medida de prevenção, também vamos promover a conscientização e manter um bom nível de vacinação dentro das faixas etárias que podem ser acometidas", explica o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Manjabosco.

Realizada por uma equipe composta pelo Departamento de Receita da Secretaria Municipal da Fazenda, Guarda Civil Municipal e Polícia Militar, a fiscalização, a partir de agora, deverá abranger um número maior de estabelecimentos para que seja verificado o cumprimento do decreto vigente de combate à COVID-19. 

"Constatada a irregularidade ou o descumprimento das medidas vigentes, a multa é aplicada pela equipe do Departamento de Receita no CNPJ do proprietário do estabelecimento ou no CPF do cidadão infrator. Com a intensificação, a meta é que as equipes consigam cobrir e verificar um número maior de estabelecimentos em cada ação", informa a assessoria de imprensa da Prefeitura.

Possibilidade de surto 

Segundo Manjabosco, as medidas de segurança devem andar junto com a conscientização da população para impedir o espalhamento da nova variante, considerada mais transmissível que as demais. "É preciso evitar aglomeração em praça, parque, ambiente fechado, balada. Se não for cuidado e coibido, mantendo as medidas restritivas em ambientes fechados, o uso de máscara, assim como as medidas sanitárias de lavar as mãos e manter o uso do álcool em gel, pode haver um aumento no número de contaminados", alerta.

A professora-adjunta da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Elisangela Gueiber Montes, especialista em Microbiologia e Imunologia, destaca que o abandono do uso de máscaras e as aglomerações seriam alguns dos principais fatores para o possível surgimento de um novo surto, principalmente entre os não vacinados ou com a imunização incompleta.

"Vale lembrar que mesmo aqueles com a imunização completa precisam manter as medidas preventivas, pois ainda assim podem apresentar a doença de forma branda e transmiti-la aos não imunizados. Conclui-se então que o aparecimento de um novo surto é algo inevitável, mas a intensidade depende do controle através das medidas preventivas", avalia.

A pesquisadora não descarta que possa ocorrer em Ponta Grossa o mesmo que vem sendo presenciado em vários municípios, no que diz respeito a um acréscimo de casos relacionados à variante Delta, "já que ela [a variante] circula entre muitas cidades próximas da região".

"Com a entrada da variante e a sua alta capacidade de transmissão, não se pode descartar o surgimento de novos surtos, sendo que isso pode acontecer até por um processo de substituição de variantes, onde podemos ter a gama [P1, hoje dominante] sendo substituída pela Delta", explica.

Vacina pode frear contágio

A imunização da população com as duas doses da vacina, segundo a especialista, reduz a probabilidade de pessoas vacinadas espalharem o vírus. "É possível amenizar a propagação desenfreada da variante com a adesão à imunização da maior parte da população o mais breve possível. É importante que as pessoas entendam que as vacinas são seguras e eficazes, inclusive contra a variante Delta", afirma.

Variante é mais contagiosa 

Elisangela explica que a variante Delta apresenta maior potencial de contágio que as demais variantes do SARS-CoV-2. O nível de transmissão de uma pessoa infectada pela nova cepa chega a ser até quatro vezes maior que as versões mais antigas do vírus. Se antes um indivíduo contaminado podia infectar até duas ou três pessoas, agora, com a variante, essa transmissão pode ocorrer em até oito pessoas

"Além disso, a Delta tem maior adaptação às nossas células e também maior capacidade de escapar da resposta imune. No entanto, não existem evidências suficientes, até o momento, sobre um maior potencial de letalidade relacionada a virulência. Contudo, o que pode acontecer, devido à sobrecarga do sistema de saúde, é um aumento de óbitos de indivíduos que eventualmente não sejam atendidos de forma adequada por falta de leitos", aponta. 

Números

Conforme dados divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta quinta-feira (26), o Paraná tem 59 novos casos confirmados pela variante Delta e 20 óbitos, além de 17 casos de sublinhagens (14 casos AY.4 e 3 casos AY.12), com um óbito da AY.4.


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