20/09/2021 às 13h17min - Atualizada em 20/09/2021 às 13h17min
ARTIGO: Quem são os nossos políticos?, por Osni Gomes
Geralmente são profissionais malsucedidos em suas atividades privadas e que, em virtude disso, e pela influência em determinadas áreas, acabam optando pela “profissão” de político
Por Osni Gomes
Foto: Divulgação
Não fiz nenhuma pesquisa criteriosa, mas procurei lembrar apenas alguns dos quais conheço e vou chegando à conclusão de que as representações políticas brasileiras estão um caos, exatamente pela composição com os mais sofríveis profissionais escolhidos pelas comunidades.
Vamos aos detalhes:
Quantos são vereadores, deputados, senadores ou estão em cargos executivos que paralelamente são profissionais médicos, engenheiros, advogados, jornalistas, radialistas, administradores de empresas, economistas e de outras tantas profissões?
Conseguiu mensurar? Então vamos um pouco mais adiante:
Quantos desses são realmente profissionais de renomada competência, que tenham exercido ou exercem suas profissões com respeito e dignidade?
Geralmente são profissionais (isso quando são profissionais) malsucedidos em suas atividades privadas e que, em virtude disso, e pela influência em determinadas áreas, acabam optando pela “profissão” de político. Isso ocorre também com pastores, padres, religiosos, sindicalistas e os tais "líderes comunitários".
Antigamente tínhamos na política excelentes médicos, notáveis juristas, competentes economistas e assim por diante. Pois a situação foi se invertendo de tal maneira que esses profissionais de verdade foram se distanciando do poder em nome do caráter, da vergonha na cara, do respeito próprio, dando a chance para que oportunistas se apoderassem dessas vagas.
E, a partir dessa reversão, houve um aumento incrivelmente desproporcional nos salários que esses espertalhões passaram a definir para eles próprios.
Lembram quando vereadores de cidades com menos de 100 mil habitantes não recebiam salário?
Pois isso era lei, que com o tempo acabou caindo por terra, e hoje câmaras municipais com número mínimo de vereadores tem salários dez ou vinte vezes maior que o mínimo do trabalhador comum.
Radialistas malsucedidos, bacharéis em Direito que jamais prestaram provas na OAB, tira-dentes apelidados de odontólogos, advogados de porta de cadeia e principalmente religiosos dos mais inexpressivos cultos são agora "otoridades", com gigantescos salários e definidores de nossas leis, escolhidos por votos dos incautos eleitores.
Esta pode ser uma boa pauta para meus colegas jornalistas, mostrando o quanto estamos de fato mal representados em nossos quadros executivos e legislativos.
Tudo isso sem falar nos semianalfabetos, muito mais analfabetos do que “semi”.
Infelizmente é a nossa realidade. Lamentemos!
OSNI GOMES é jornalista ponta-grossense, radicado em Curitiba