05/04/2022 às 11h06min - Atualizada em 05/04/2022 às 11h06min
Hospitais da UEPG se tornam referência no atendimento a pessoas em situação de violência
O acordo foi firmado na última sexta-feira (1)
Da assessoria
Foto: Aline Jasper
Os Hospitais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Humai e HU-UEPG) agora são referência no atendimento a pessoas em situação de violência. A novidade vem após a pactuação do Protocolo de Fluxos de Atendimento das Pessoas Vítimas de Violência Sexual, entre as equipes técnicas da instituição, Departamento de Serviço Social da UEPG, 3ª Regional de Saúde e secretários de saúde de 12 municípios dos Campos Gerais. O acordo foi firmado na última sexta-feira (01).
O diretor geral do HU, Sinvaldo Baglie, destaca que é preciso combater de forma ampla casos de violência sexual na sociedade, especialmente nos indivíduos mais vulneráveis. “Quando infelizmente ocorre, advêm o sofrimento e o impacto nas questões de saúde. Neste contexto, nossas valorosas equipes entram em cena e agora com melhor articulação para atender de forma especializada e humanizada”, ressalta. O próximo passo a ser tomado pelos grupos serão atividades de formação interna para as equipes dos Hospitais – reuniões de articulação com os municípios e com as instituições que atuam na proteção de vítimas de violência, como Conselhos Tutelares, Delegacias, Instituto Médico Legal e Patrulha Maria da Penha. “Esperamos continuar contribuindo nas discussões sobre a violência sexual, com nossas equipes dos Hospitais, com os Secretários de Saúde, com a Regional de Saúde e Departamento de Serviço Social, para atender a quem precisar”, adiciona.
O diretor técnico Ricardo Zanetti ressalta que qualquer unidade de saúde pode encaminhar aos Hospitais da UEPG pacientes que passaram por situações de violência. “É uma grande conquista, um avanço e um ganho social imenso, tanto para Ponta Grossa, assim como toda área de abrangência da 3ª regional, onde o HU começa a ser referência no atendimento a violências, principalmente sexual”, explica. O Humai já realizava o atendimento a crianças em situação de violência antes da pactuação e, partir de agora, atende todas as faixas etárias. “Para isso, criamos uma unidade específica, com assistentes sociais atendendo 24h e o serviço de psicologia, enfermagem e médico, treinados para que possam atender a essas situações”, conta.
As equipes precisam estar preparadas para atender as vítimas de forma diferenciada, já que chegam ao atendimento abaladas com o ocorrido, explica Zanetti. “Então desde quem o recebe, as recepcionistas, o médico e o processo de triagem é todo diferente do habitual. O HU realiza o atendimento referenciado e qualquer unidade de saúde são portas abertas para atendimento de violência sexual e podem encaminhar os casos para nós”, completa.
“O dia 01 de abril de 2022 foi um dia histórico para Ponta Grossa, porque marca a consolidação de um trabalho coletivo iniciado há mais de 20 anos na defesa dos direitos humanos das pessoas em situações de violências”, comemora a professora Cleide Lavoratti, do Departamento de Serviço Social. A pactuação do atendimento às vítimas de violência é extremamente importante para a extensão, ressalta a pró-reitora de extensão, Édina Schimanski. Segundo ela, a compromisso da pactuação teve origem na extensão (projeto de extensão) e, por isso, sua importância no processo. “Mostra a força da extensão, valorizando ações que cheguem cada vez mais perto da comunidade. A função social da Proex e da UEPG é de criar espaços que valorizem os processos pedagógicos com as demandas da comunidade”, pontua.
Segundo o Chefe da Regional de Saúde, Robson Xavier da Silva, diálogo, transparência, responsabilidade e compromisso social marcaram a articulação das equipes equipes envolvidas. “Assim se faz o SUS, para que crianças, adolescentes, mulheres, população idosa, população LGBTQIA+ tenham um atendimento humanizado através do Sistema Único de Assistência”.